quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Morcegos e suas Curiosidades



















Importância dos morcegos
Morcegos são muito importantes para o equilíbrio do ecossistema e, por incrível que pareça, para o ser humano também. São mamíferos tão únicos que os cientistas criaram uma ordem só para eles, a Chiroptera, que significa "mãos de asa" (do grego, "kheir" = mão + "pteron" = asa). Quando se observa a asa de um morcego, percebe-se que ela é formada por braço, antebraço e pelos dedos alongados. O quinto dedo, equivalente ao dedão, fica na parte superior, com uma pequena garra - utilizada para escalar rochas em cavernas.Os fósseis mais antigos desses animais datam de 50 milhões de anos e eram muito parecidos com os morcegos modernos. Isso quer dizer que eles habitam a Terra há mais tempo que o ser humano, cujo ancestral mais antigo, o Australopithecuis afarensis, viveu há apenas 3,9 milhões de anos.Todos os morcegos modernos se dividem em dois grandes grupos, chamados Microchiroptera e Megachiroptera. Ao primeiro pertence a maior parte dos morcegos que existem em todo o mundo - são animais de menor tamanho.Já os Pteropus vampyrus pertencem ao segundo grupo. São os maiores morcegos do mundo, com até dois metros de envergadura. Mas não se assuste com o tamanho: ele é frugívoro, isto é, só come frutas.

Cego como um morcego?
Até onde se sabe, existem pelo menos mil (ou 937, conforme a literatura consultada) espécies de morcegos - 137 são brasileiras. De todas, apenas três espécies que vivem na América do Sul se alimentam de sangue. Os quirópteros não são cegos - sua visão é adaptada para ver na escuridão. Muitas espécies frugívoras enxergam até algumas cores. Mas o sentido mais especial desses animais é a audição. Para localizar seu alimento, filhotes ou toca, eles são equipados com um sistema conhecido como ecolocação, ou ecolocalização, fato descoberto somente em 1941.Os morcegos e os cetáceos - baleias e golfinhos - dependem da audição como sentido principal para sua orientação e para a localização de suas presas. Entretanto, para ouvir um morcego, só outro morcego. Porque esses animais estão entre os que emitem os chamados ultra-sons, que ficam acima da capacidade auditiva humana normal.
Foi demonstrado, por uma série de observações e experiências, que a aquisição desta capacidade aperfeiçoou-se somente nas espécies que vivem nas cavernas e se alimentam de insetos, as quais constituem a grande maioria das espécies existentes. Os morcegos microquirópteros (aqueles de menor tamanho) utilizam essa capacidade para caçar insetos à noite. Emite pulsações sonoras de altíssima freqüência. Os sons de alta freqüência, ou ultra-sons, rebatem no que estiver ao redor do animal, incluindo as presas, e numerosos feixes de ecos são recebidos de volta pela orelha do emissor. O cérebro do morcego "traduz" as ondas sonoras refletidas em informações sobre o ambiente em que está. O processo é tão rápido que o animal pode fazer ajustes de vôo em frações de segundo, de forma a evitar obstáculos ou detectar aberturas. Conforme o jeito que o som atinge na presa e retorna, o morcego sabe tamanho de seu jantar - e a distância exata que ele está.

Morcego é da classe dos mamíferos
Agora pasme: mandar um som e ouvir seu rebote é similar ao sistema utilizado pelos submarinos para enxergar nas profundezas escuras dos oceanos. E, claro, golfinhos e baleias também fazem isso. Para quem está pensando o que esses cetáceos têm que ver com nossos amigos morcegos, vale lembrar: são todos parentes da grande classe dos mamíferos.
Os morcegos produzem ultra-sons a partir de suas laringes. Os sons são emitidos através da boca e nariz, que possuem reentrâncias para concentrá-los. É por isso que os microquirópteros têm caras de monstrinhos: todos os morcegos que comem insetos têm essa cara. Suas orelhas são grandes para captar o som refletido. A precisão desse sistema é tanta que um morcego insetívoro (comedor de insetos) pode localizar com exímia precisão um mosquitinho pequeno como a ponta de um fio de cabelo, em movimento.

Durante o seu vôo para capturar insetos, o morcego primeiro emite cerca de dez pulsos sonoros separados por períodos de silêncio de mais ou menos 50 milissegundos. Ao detectar o inseto, o intervalo entre os pulsos diminui. A freqüência de seus guinchos se altera à medida que a sua presa muda de direção durante o vôo. Quando se aproxima de sua presa ele emite um ultra-som semelhante a um zumbido, e, finalmente, a captura.
Já, a maioria dos morcegos frugívoros não usam a ecolocação, mas sim, a visão e o olfato. Ironicamente, são esses morcegos vegetarianos os associados com as histórias de vampiro nos filmes de horror. Todos morcegos que comem apenas frutas têm carinha de raposa ou de cachorrinho - por isso mesmo aqueles Pteropus vampyrus , os de asas imensas, também são chamados "raposas voadoras".Ao contrário do que se pensa, os morcegos não são ratos de asas. O que eles têm em comum com esses roedores são características de mamíferos - que os humanos também compartilham (pêlos no corpo, ouvido médio etc.). Aliás, os morcegos são mais parecidos com os seres humanos do que com os ratos.Como os bebês humanos, os filhotes de morcegos nascem completamente indefesos e dependem da mãe, que os amamenta e protege. A similaridade mais fascinante é que as fêmeas de morcegos possuem apenas um par de mamas no alto do tórax, como acontece com as mulheres. Tal fato impressionou tanto Lineu - o pai da taxonomia moderna, que iniciou a classificação dos animais - que ele chegou a considerar os morcegos como primatas, ou seja, tão próximos dos seres humanos quanto os macacos.
Os morcegos podem se alimentar de frutos (frugívoros), insetos (insetívoros), peixes (piscívoros), sangue (hematófagos), lagartos e ratos (carnívoros), e pequenas rãs (ranívoros). Mas a maior parte das espécies de morcegos alimenta-se mesmo é de frutos e de insetos.E essa dieta faz o morcego ser um aliado importantíssimo para a vida humana e para o ambiente. Segundo a ONG internacional de conservação de morcegos, a "Bat Conservation International", 70% das espécies de quirópteros alimentam-se de insetos. Apenas um morcego desses pode comer cerca de 600 mosquitos em uma hora (em torno de 3 mil por noite). Agora imagine como aumentaria a quantidade de mosquitos no meio ambiente, se houvesse menos morcegos.É por essas e por outras que esses animais contribuem muito para o controle da dengue, já que o mosquito transmissor da doença (o Aedes aegypti) faz parte do seu cardápio. Tem mais: a floresta tropical não existiria sem os morcegos. Eles são os principais polinizadores dos trópicos (mais do que as aves!). Ao se alimentar de frutas e frutos, os quirópteros nutrem as sementes à medida que voam e fazem a digestão.Em seu ambiente silvestre os morcegos são importantes agentes polinizadores e dispersores de frutos utilizados na alimentação humana, como, por exemplo, a banana, o caju, o figo e a manga.


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